Comentários e Notas: AEW Revolution 2022

No último dia 6 de março, a AEW realizou mais um de seus grandes eventos, o Revolution. Em uma noite cheia de ação, a empresa apresentou 12 combates de qualidade… mas será que foram mesmo ? Bem-vindos a mais uma edição do Comentários e Notas, o quadro onde avaliamos as lutas dos principais eventos das principais empresas atualmente no pro-wrestling.

Antes de começarmos, deixa eu dar um recado importante: O sistema de notas NÃO reflete sobre o que essas lutas aqui foram se comparadas com outras. Explicando melhor, não é porque uma luta aqui é nota 10 que ela se compara com lutas que foram 5 estrelas, nada disso, porém, pro padrão que o evento se propôs a apresentar, ela foi nota 10, deu pra entender direitinho ? Sem mais delongas, bora lá:

Kris Statlander vs. Leyla Hirsch

Na talvez melhor luta feminina da noite, tivemos duas lutadoras muito subestimadas e elas trabalharam muito para serem notadas enquanto a multidão ainda não estava toda no prédio. O trabalho de Leyla sobre um dos braços da Kris foi consistente e variado, e as exibições de poder de ambas as mulheres foram muito boas. Algumas pequenas falhas de comunicação, mas fora isso uma abertura muito boa para uma longa noite de luta livre e uma vitória surpreendente, mas merecida, para Leyla, que precisa de cada vez mais tempo e destaque.

Vencedora: Leyla Hirsch – Nota: 7/10

HOOK vs. QT Marshall

Essa luta foi exatamente o que precisava ser. HOOK venceu, mas corria um perigo “maior” de perder porque estava enfrentando seu ex-professor. Enquanto Marshall usou seus instintos veteranos para trapacear algumas vezes, HOOK empregou sua velocidade para continuar recuperando a vantagem. Foi uma pequena história legal que culminou com a vitória do HOOK e é agora que a construção dele começa pra valer. Se a AEW não perder a mão com o garoto, em breve ele estará desafiando alguém pelo TNT Championship.

Vencedor: HOOK – Nota: 6,5/10

Death Triangle e Erick Redbeard vs. House of Black

Aqui tivemos uma grande luta que poderia facilmente estar no main card, assim como a Triple Threat pelo TNT Title que ocorreu no Rampage dois dias antes. Redbeard foi muito bem em sua estreia nos ringues da AEW, Penta Oscuro, Malakai Black, Buddy Matthews, PAC e Brody King não decepcionam, e a luta em si foi cheia de ação e bem divertida. A principal falha foi que ficou um pouco caótica demais, com o árbitro perdendo o controle e sendo difícil ver quem tinha feito o tag, mas isso funcionou para aumentar a sensação de que era uma luta sem vencedores óbvios.

Vencedores: House of Black – Nota: 7,5/10

Chris Jericho vs. Eddie Kingston

Eu não tinha muitas expectativas aqui, mas me surpreendeu e acabou sendo uma grande luta. Não foi uma luta bonita, foi uma luta brutal entre dois homens que queriam bater um no outro. Kingston realiza um ótimo trabalho nisso de fazer a luta e o enredo se confundirem entre ficção e realidade. O público realmente apoiou Eddie e viraram a casaca para o Jericho assim que a música de entrada dele acabou. Tivemos golpes duros e a atual forma física do Jericho também precisa ser levada em conta porque melhorou bastante. Achei o final meio estranho porque o Eddie nunca vence por submission, mas não muda muito para mim.

Vencedor: Eddie Kingston – Nota: 8/10

Jurassic Express vs. reDRagon vs. Young Bucks

Se você queria ver uma luta boa envolvendo muitas duplas, essa aqui é minha recomendação. O reinado da Jurassic Express está melhorando a cada combate e esse aqui elevou seu reinado a um novo nível porque eles simplesmente derrotaram duas das melhores duplas do mundo no mesmo combate. As trocas de golpes e os spots foram radicais e bem naturais, e o público correspondeu muito bem ao que rolou, especialmente aos momentos do Luchasaurus que merece muito reconhecimento. Agora, resta saber quem serão os próximos na fila dos títulos.

Vencedores: Jurassic Express – Nota: 8,5/10

Face of The Revolution Ladder Match

Aqui tivemos uma Ladder Match com spots bem divertidos, incluindo alguns com Orange Cassidy que foram bem fora da curva. Rick Starks foi o melhor dentre os menos falados desta luta, me senti mal por ele ter levado aquele Powerbomb em cheio na escada e por ter que subir a escada bem devagar para fazer as coisas funcionarem. Fazer uma luta do lado de fora por 3 minutos enquanto metade dos competidores estavam no ringue ou ali por perto foi uma ideia que achei estranha e isso é algo que a AEW precisa melhorar. Fiquei feliz por ver Wardlow vencer para sacramentar ainda mais sua jornada como babyface.

Vencedor: Wardlow – Nota: 7,5/10

Jade Cargill vs. Tay Conti

Aqui foi a verdadeira pausa para o lanche ou banheiro e isso não é demérito para as envolvidas, foi só uma luta curta e mediana ao extremo. Algumas das trocas de golpes, embora longe de serem perfeitas, foram boas e a Tay tem golpes visualmente bonitos. Jade ainda precisa melhorar, mas está progredindo. Ela parecia mais confortável aqui do que na final do torneio com Ruby Soho. O treinamento com o Bryan Danielson pode ajudar muito ela. Falando em possíveis desafiantes, bom, chuto uma possível construção de Jamie Hayter, Mercedes Martinez ou a própria Ruby.

Vencedora: Jade Cargill – Nota: 5/10

CM Punk vs. MJF

Essa luta aqui foi algo especial. Desde as entradas, o trabalho no ringue foi muito bem construído, toda a storyline com o joelho do Punk e a mão do MJF, além de Wardlow provando que é babyface. Uma luta marcante na história da AEW. Meu único problema foi o ritmo, porque apesar de bem construído foi extremamente lento. É claro que Brodie Lee vs. Cody Rhodes ainda continua sendo uma Dog Collar Match melhor tecnicamente na minha visão, mas essa aqui tem seus méritos por toda a rivalidade e a nostalgia envolvida. E eu avisei ia ter revanche e o Punk ia vencer o MJF, mesmo a galera me chamando de doido.

Vencedor: CM Punk – Nota: 9,5/10

Britt Baker vs. Thunder Rosa

As expectativas não foram atendidas. Sabemos que a Britt tem suas limitações no ringue, mas mesmo assim ela ainda tem uma certa química com a Rosa, porém, a luta foi um balde de água fria. Parece que elas não desenvolveram totalmente o combate em si. Claro, a impressão geral também foi prejudicada pelas interferências e comportamento estúpido do árbitro. Parecia que tudo estava claro, mas por algum motivo as intervenções não pararam durante a luta. É claro que a Rosa vai conquistar o título na cidade natal, mas essa luta aqui não precisava ter existido. Único ponto bom de destaque é o novo design do cinturão.

Vencedora: Britt Baker – Nota: 6/10

Bryan Danielson vs. Jon Moxley

Meu amigo, esses caras foram com tudo nessa luta e não deixaram nada que fosse segurá-los. Fiquei muito feliz que o Moxley e o Danielson não tentaram mudar o estilo pra fazer algo que fosse mais parecido ou tentasse “ofuscar” a Dog Collar Match, ao invés disso, eles fizeram o que sabem e entregaram uma luta brutal, técnica e muito bonita de se ver. É claro que o final foi estranho pelo Roll-up no Triangle, mas a estreia de William Regal me fez esquecer de tudo isso. Se você é novo na indústria e quer saber o que é pro-wrestling, assista este combate.

Vencedor: Jon Moxley – Nota: 8,5/10

Andrade Family Office vs. Darby Allin, Sammy Guevara e Sting

Absolutamente adorei essa luta, foi um caos completo, todo mundo se esforçou e ninguém saiu mal desse combate. Sting, de 62 anos, se jogando daquela altura em cima do Andrade e das mesas foi irreal, um dos melhores momentos da noite. Eu realmente espero ver uma luta solo com bastante tempo entre Andrade e Darby em um futuro não muito distante, ambos são excelentes e eu não tenho duvidas que eles podem fazer algo muito bom. Talvez a Triple Threat no Rampage merecesse mais estar aqui, mas essa luta teve seu grande valor.

Vencedores: Darby Allin, Sammy Guevara e Sting – Nota: 7,5/10

Adam Cole vs. Adam Page

Let’s go Adam ou Adam Sucks ? Aqui tivemos aquele raro momento em que o chant é sobre pessoas diferentes com nomes parecidos. A história para a luta foi o mais simples possível, e eu pensei que os Young Bucks fossem se meter de alguma forma pelos problemas com a reDRagon, mas não rolou. Adam ficou sozinho até o fim, mas a Dark Order ainda ajudou a deixar o duelo terminar de forma limpa. Adam Cole recriou a luta clássica do NXT com Johnny Gargano na AEW, me lembrou muito a trilogia deles. Os fãs já estavam cansados, mas não paravam de reagir ao que estava acontecendo. No fim, a vitória já era óbvia e quem cogitou diferente é simplesmente maluco.

Vencedor: Adam Page – Nota: 9/10

Pra mim, a nota geral do evento foi um 9. Não existe nada pra dizer de ruim sobre esse evento que não sejam as lutas pelos títulos femininos, mas o resto foi muito bom e praticamente ofusca os problemas. Destaque para as estreias de Swerve Strickland e William Regal que foram bem legais de ver. Talvez não tenha sido melhor que o Full Gear e o All Out de 2021, mas já foi o melhor Revolution da história pra mim.

Concorda ou não ? Coloca sua opinião aí nos comentários e bora discutir saudavelmente, belezinha ? Até mais!