Comentários e Notas: AEW Double Or Nothing 2022

No último dia 29 de maio, a AEW realizou mais um de seus grandes eventos, o Double Or Nothing. Em uma noite cheia de ação, a empresa apresentou 13 combates de qualidade… mas será que foram mesmo ? Bem-vindos a mais uma edição do Comentários e Notas, o quadro onde avaliamos as lutas dos principais eventos das principais empresas atualmente no pro-wrestling.

Antes de começarmos, deixa eu dar um recado importante: O sistema de notas NÃO reflete sobre o que essas lutas aqui foram se comparadas com outras. Explicando melhor, não é porque uma luta aqui é nota 10 que ela se compara com lutas que foram 5 estrelas, nada disso, porém, pro padrão que o evento se propôs a apresentar, ela foi nota 10, deu pra entender direitinho ? Sem mais delongas, bora lá:

HOOKHausen vs. Tony Nese e Mark Sterling

Aqui tivemos o momento em que bons personagens venceram o pro-wrestling. Tivemos entretenimento de verdade aqui. Os carismáticos participantes da luta nos mostraram uma boa combinação no desenvolvimento de seu relacionamento. HOOKhausen são uma equipe poderosa que se destaca pela capacidade de entreter os fãs. Sterling e Nese também funcionaram bem quando vistos do ponto de vista de apresentá-los como vilões que precisam aprender uma lição. No geral, uma luta bem divertida.

Vencedores: Danhausen e HOOK – Nota: 5/10

MJF vs. Wardlow

Deixando de lado esses rumores bem chatos sobre o contrato do MJF e toda a polêmica rondando isso, foi uma luta agradável e cumpriu seu objetivo. Wardlow teve seu momento de “Batista” com MJF no papel de Triple H, e não necessariamente foi ruim mesmo sendo uma dominância absurda do Wardlow. Foi o clássico heel covarde enfrentando o babyface dominante e o público estava muito com o Wardlow em todo o combate. Talvez não tenha sido uma grande luta, mas foi o que deveria ser e já era.

Vencedor: Wardlow – Nota: 6/10

The Hardys vs. Young Bucks

Aqui tivemos aquela famosa luta que puxa totalmente para a nostalgia, tipo, quase 100% baseada nisso. Ambas as equipes não precisavam realmente da vitória, pois ambas são famosas duplas e a luta nem mesmo precisava acontecer, mas dá pra entender. Os Hardys se saíram bem, considerando que não estão mais exatamente no auge como artistas no ringue e o Hardy estava completamente baqueado da luta que teve com o Darby Allin. Os Bucks se concentraram muito em seus papéis de heels e também foram bem. Todos os quatro fizeram um bom trabalho ajudando essa luta a chegar ao seu clímax.

Vencedores: The Hardys – Nota: 6,5/10

Jade Cargill vs. Anna Jay

Na última vez que essas duas se encontraram, tivemos uma das melhores lutas da Jade até aquele momento. Infelizmente, elas não conseguiram repetir isso aqui, com Jay indo tão mal quanto Jade, com problemas de tempo contínuos, golpes que não tiveram impacto e coisas muito mal treinadas. Poderia facilmente ser uma luta ruim em algum dia do Dark e não deveria estar em um pay-per-view. Os únicos pontos positivos foram as estreias de Athena e Stokely Hathaway, só.

Vencedora: Jade Cargill – Nota: 3,5/10

Death Triangle vs. House of Black

Facilmente uma das melhores lutas da noite e possivelmente a melhor (em ringue). A narrativa de longo prazo nessa storyline esteve no ar durante todo o combate e unir esses 6 lutadores é pedir pra ter luta boa. PAC é um dos melhores lutadores do planeta e o mesmo vale para Rey Fenix e até mesmo Buddy Matthews. Malakai Black e Penta Obscuro são mestres em interpretar seus personagens e é um ótimo ponto de destaque. Brody King também foi muito bem, não ficou atrás dos caras. Sem falar na chegada de Julia Hart na House of Black, algo que já era esperado e até me surpreendeu.

Vencedores: House of Black – Nota: 8,5/10

Adam Cole vs. Samoa Joe

De alguma forma, a luta foi sem alma. Intervenções, baixa velocidade, fãs silenciosos e falta de química entre os lutadores. Era a primeira final na primeira edição de um torneio que teve grandes lutas e performances marcantes, mas que simplesmente deixou um certo gosto estranho na boca dos que acompanharam todas as rodadas dessa Hart Cup. Até acredito que Cole vencer não foi uma ideia ruim, já que ele perdeu rivalidades para Orange Cassidy e Adam Page recentemente, mas simplesmente não funcionou como esperavam.

Vencedor: Adam Cole – Nota: 6/10

Britt Baker vs. Ruby Soho

Confesso que tem sido triste ver a Ruby Soho na AEW. Depois de perder para a própria Britt no Grand Slam e posteriormente ser derrotada pela Jade Cargill na final pelo TBS Championship, eles realmente a fizeram perder dois torneios seguidos. Sei que tem gente que deve ter gostado do resultado, mas a Britt, diferente do Adam Cole anteriormente, não precisava vencer um torneio agora, já que ela mal lutou desde perder o Women’s Championship. Duvido até mesmo que o torneio dê em algo, já que a rivalidade delas (com Jamie Hayter e Toni Storm) ainda continua.

Vencedora: Britt Baker – Nota: 5,5/10

American Top Team vs. Frankie Kazarian, Sammy Guevara e Tay Conti

Luta bem ok para o que deveria ser. Gostei de ver o Sammy chutar o rosto da Tay enquanto JR gritava seu nome repetidamente, mas desta vez em um tom de desespero e não de espanto, isso foi bem engraçado. Paige VanZant me surpreendeu, não por causa de seu wrestling ou algo assim, mas porque ela fez mais no ringue do que eu inicialmente pensei que faria, então aqui ela merece um ponto. Também estou muito feliz que Sammy não estará mais na rota do TNT Championship (pelo menos enquanto Scorpio ainda for campeão). E o Kazarian, bom, estava ali.

Vencedores: American Top Team – Nota: 5/10

Darby Allin vs. Kyle O’Reilly

Essa aqui foi uma das minhas lutas favoritas da noite apesar de quase não ter construção por trás. Foi fisicamente brutal desde o início e eles mantiveram o ritmo o tempo todo. O’Reilly parecia um pouco fora de forma para suas primeiras lutas na AEW, mas agora parece ter encontrado seu ritmo e foi bem tanto nesta como na luta contra Samoa Joe. Para uma luta com menos de dez minutos, achei muito divertido. Devo dizer também que essa vitória do O’Reilly me surpreendeu bastante e não duvido que ele possa ter uma jornada solo no futuro.

Vencedor: Kyle O’Reilly – Nota: 7,5/10

Thunder Rosa vs. Serena Deeb

Essa foi, sem dúvida, a luta feminina mais tecnicamente bem feita na história da AEW. Deeb é uma especialista que traz esse elemento para cada uma de suas performances. Rosa é uma babyface que teve a multidão em seu lado enquanto lutava repetidamente contra a dor e a agonia de uma lesão no joelho para manter seu título. Espero que, na sequência dessa luta, ambas as mulheres possam se beneficiar de um melhor booking do que quando entraram no show. Em vez de fazer promos, um ponto fraco claro das duas, deixá-las lutar e lembrar os fãs de sua excelência no ringue seria um ótimo lugar para começar.

Vencedora: Thunder Rosa – Nota: 7,5/10

Anarchy In The Arena

Essa luta fez jus ao nome que tem – anarquia pura. Todos os dez homens se bateram em um estilo hardcore com brigas por toda a arena. Moxley, Kingston, Bryan, Menard e Jericho se tornaram os MVPs da luta com o trecho final de Eddie com uma lata de gasolina até o final de Jericho e Hager em Danielson foi uma loucura. O hype para essa luta não era tão grande, mas a luta em si entregou muito. A Jericho Appreciation Society é um grupo que deu suas dúvidas de relevância, mas depois dessa luta, eles certamente estão prontos.

Vencedores: Jericho Appreciation Society – Nota: 9/10

Jurassic Express vs. Swerve In Our Glory vs. Team Taz

Aqui também foi bem insano. Os três “Golias” da luta brilharam do jeito que deveriam. Jungle Boy, Ricky Starks e Swerve Strickland inevitavelmente fizeram o mesmo. Starks tem todas as ferramentas para não apenas se tornar um AEW World Champion, mas para ir além em outras empresas. Swerve parece melhor agora do que nunca em sua carreira, devido em grande parte à forma como ele soube se reconstruir. Esta foi uma das melhores lutas da noite em geral, incluindo um final quente e Keith Lee em completo choque pela derrota.

Vencedores: Jurassic Express – Nota: 8/10

Adam Page vs. CM Punk

Muito interessante aqui. Eu me pergunto se o Page vai se tornar um heel louco e desesperado para recuperar o título depois de perdê-lo com base na maneira que aconteceu. Isso é um forte contraste com o homem que tinha ansiedade, baixa autoconfiança, depressão e recorreu ao álcool para fugir de seus problemas mentais. Enquanto isso, temos The Summer of Punk parte 3 abrangendo 3 décadas diferentes. Isso é coisa de lenda. Infelizmente para Punk, a lesão tirou o título dele, mas não acho impossível que ele derrote o campeão interino no futuro. Uma luta boa que passava essa sensação de grande luta.

Vencedor: CM Punk – Nota: 8,5/10

Na minha visão, a nota geral do evento foi um 7. Primeiro, shows com mais de 4 horas são muito difíceis de aturar, principalmente com algumas das lutas que vimos nesse evento aqui. Segundo, a primeira parte do evento foi bem chata, logo, foi a oportunidade perfeita pra uma boa galera desligar a TV e dormir. É claro que não foi um evento horrível e teve diversos momentos bons, mas definitivamente não se equipara as edições anteriores.

Concorda ou não ? Coloca sua opinião aí nos comentários e bora discutir saudavelmente, belezinha ? Até mais!