Comentários e Notas: NJPW Battle in the Valley 2023

No último dia 18 de fevereiro, a NJPW realizou mais um evento nos Estados Unidos: O Battle in the Valley. Em uma noite cheia de ação, a empresa apresentou 10 combates de qualidade… mas será que foram mesmo ? Bem-vindos a mais uma edição do Comentários e Notas, o quadro onde avaliamos as lutas dos principais eventos das principais empresas atualmente no pro-wrestling.

Antes de começarmos, deixa eu dar um recado importante: O sistema de notas aqui NÃO reflete sobre o que essas lutas aqui foram se comparadas com outras. Explicando melhor, não é porque uma luta aqui é nota 10 que ela se compara com lutas que foram 5 estrelas, nada disso, porém, pro padrão que o evento se propôs a apresentar, ela foi nota 10, deu pra entender direitinho ? Sem mais delongas, bora lá:

Alex Coughlin vs. JR Kratos

Eu acho que eu perdi uma parte dessa luta graças aos problemas técnicos que o pre-show apresentou, mas consegui assistir o suficiente. Essa luta aqui foi boa justamente onde ela deveria ser: Uma luta de demonstração do Coughlin. Ele, mesmo tendo lutado até mesmo na World Tag League no Japão, ainda é visto como um “Young Lion” dentro da empresa e, quanto mais ele lutar em eventos transmitidos ao vivo, mais destaque ele pode conseguir no futuro. Kratos também foi bem, soube ditar bem o ritmo do combate e eles mostraram uma boa química pra começar o evento.

Vencedor: Alex Coughlin – Nota: 6/10

Bobby Fish vs. David Finlay

Diferente da primeira luta, essa aqui já não me apeteceu tanto. Acredito que, mesmo entregando uma luta relativamente ok, o Fish chegou em um momento da carreira onde ele precisa fazer dupla com alguém ou se aposentar. Não teve uma performance ruim nesse combate, mas deixou mais claro que o momento dele está chegando ao fim. Já o Finlay também teve uma performance bem mediana, mas eu não consegui sentir o público muito a favor dele no combate, e isso talvez tenha sido o que fez a vitória dele ser meio esquecível. Aquele famoso combate que ninguém vai lembrar.

Vencedor: David Finlay – Nota: 5,5/10

Josh Alexander e cia vs. KUSHIDA e cia

Como essa luta aqui era a primeira do main show, vamos dizer que a NJPW “fingiu” ter problemas técnicos pra impedir que essa aqui pegasse todo o evento principal do WWE Elimination Chamber. Falando sobre a luta em si, foi divertida. Alguns talentos bem diferentes uns dos outros e rivalidades envolvidas, como a entre Rocky Romero e Volador Jr, que deram um significado até que maior pro combate. Qualquer grupo que saísse com a vitória seria justo e acabou sendo o grupo do KUSHIDA, o que eu até que gostei. A encarada no pós-luta foi pra lembrar que teremos Josh Alexander contra KUSHIDA em 30 de março e eu espero uma luta bem boa.

Vencedores: Kevin Knight, KUSHIDA, The DKC e Volador Jr – Nota: 6,5/10

Fred Rosser vs. KENTA

Olha… Eu esperava muito mais disso aqui. Antes de tudo, é bom ressaltar que essa luta não foi ruim, longe disso, mas definitivamente poderiam ter entregado mais. O Rosser teve uma evolução absurda desde que chegou na NJPW e o KENTA, mesmo não sendo mais o de alguns anos atrás, também pode entregar atuações melhores do que aqui. Parecia que tinha alguma coisa faltando na luta e, infelizmente, realmente ficou faltando aquele algo a mais que justificasse a importância desse combate. Também achei a vitória do KENTA um tanto quanto equivocada, eu queria ver o reinado do Rosser durando pelo menos mais um tempo antes de termos um novo campeão.

Vencedor: KENTA – Nota: 6,5/10

Motor City Machine Guns vs. West Coast Wrecking Crew

E se eu esperava mais da luta anterior, dessa aqui eu não esperava muita coisa não e, infelizmente, eu estava correto. Os WCWC são heels no mínimo genéricos, bem genéricos, então não era como se os MCMG tivessem realmente alguma chance de perder aqui. A luta em si foi bem mediana, o Sabin e o Shelley eram visivelmente melhores do que os desafiantes e isso deixou a luta um tanto quanto sem graça. É claro que enfrentar uma das melhores duplas do século 21 ajudou a elevar o Jorel e o Royce de alguma forma, mas não o suficiente pra que eles sejam algo maior na reconstrução do NJPW STRONG.

Vencedores: Motor City Machine Guns – Nota: 6/10

Eddie Kingston vs. Jay White

Talvez eu seja a minoria no que eu vou falar dessa luta, mas eu simplesmente não entendi o que aconteceu aqui. A luta era, desde o início, uma clara despedida do Jay White tendo em vista que a carreira do Kingston na NJPW também estava em jogo (Ele já é da AEW, então o resultado era óbvio). E do início ao fim esse combate foi muito mais uma luta sobre o Kingston do que sobre o White, já que o White não teve controle em momento algum. Tirando isso, eu achei uma luta até que boa, eu realmente não consigo achar o Kingston um bom lutador. Tivemos também o ataque do David Finlay pós-luta e eu espero que ele não vire o novo líder do Bullet Club, esse grupo precisa acabar.

Vencedor: Eddie Kingston – Nota: 7,5/10

Homicide vs. Tom Lawlor

Tranquilamente a luta mais estranha da noite, mas teve tanta coisa bizarra que eu acabei rindo bastante e gostei. Esse conceito de ser um ringue sem cordas e com tudo valendo é muito estranho, mas faz sentido por ser toda essa coisa de “filthy” do Tom Lawlor. Eu ri muito com o Tom perguntando “Do you wanna see a homicide ?” porque eu realmente não esperava, então esse pequeno momento eleva essa luta pra muito mais do que ela foi. É claro que, mesmo com tudo isso, ainda foi uma luta muito estranha e eu espero que eles não voltem a fazer isso por um bom tempo até que eu tenha digerido tudo pra aceitar outra edição disso aqui.

Vencedor: Tom Lawlor – Nota: 6,5/10

Clark Connors vs. Zack Sabre Jr

Tem dois caras do LA Dojo que eu gosto muito e vejo um grande futuro: Alex Coughlin e Clark Connors. O Connors tem evoluído cada vez mais e, acreditem, o que ele fez no AEW x NJPW Forbidden Door foi só o começo do potencial dele. Nessa luta em específico, ele foi muito bem e isso também é graças a Zack Sabre Jr, é difícil ter uma luta ruim contra um cara desses. Mesmo que uma boa galera não goste da ideia de um novo cinturão na NJPW, esse Television Championship tem essa coisa legal de ter lutas rápidas e que são sempre dinâmicas, logo, sou fã desse cinturão. Vitória óbvia do ZSJ, mas a performance do Connors é bem destacável.

Vencedor: Zack Sabre Jr – Nota: 7,5/10

KAIRI vs. Mercedes Moné

Como é bom ser fã da Sasha Banks/Mercedes Moné. Desde a entrada da Moné homenageando a Hana Kimura até o derradeiro final da luta, isso aqui foi muito bom, facilmente a melhor luta da noite na minha visão. O ritmo do combate foi muito bom e as duas mulheres fizeram o que elas sabem de melhor: Lutar. A KAIRI mostrou o porquê as pessoas falam que ela é uma das melhores do mundo e a Moné forneceu uma de suas melhores performances em anos. Acredito que o resultado certo seria fazer a KAIRI vencer pra dar aquele choque no público, mas eu também compreendo e aceito a Moné como campeã pra elevar esse cinturão a um novo patamar. Dito tudo isso, finalizo com parabéns para as duas lutadoras.

Vencedora: Mercedes Moné – Nota: 8,5/10

Hiroshi Tanahashi vs. Kazuchika Okada

Se eu não estiver enganado, eu acredito que Okada e Tanahashi se enfrentaram no mano a mano pelo menos 16 vezes nos últimos 13 anos e, acredite, essa luta aqui é uma das menos geniais dessa grande saga e ainda conseguiu ser uma luta muito boa. Foi sim uma luta bem previsível e eles repetiram a mesma fórmula de vários combates antigos que tiveram, mas ainda é uma fórmula que entretém bastante. O objetivo do combate era trazer algo grande da NJPW para os Estados Unidos e eles cumpriram isso, então acho que a saga deles precisa ser encerrada por aqui. O Tanahashi já está no caminho de ser aquele veterano que vai ajudar a elevar talentos mais novos, e o Okada tem aí um World Title pra continuar defendendo por mais alguns meses.

Vencedor: Kazuchika Okada – Nota: 8/10

Para mim, a nota geral do evento foi um 7,5. Foi, até onde eu me lembre, o primeiro evento da NJPW nos últimos anos que teve realmente um grande trabalho da empresa pra transformar em algo grandioso. Foi um evento com boas lutas e bem construído, mas ainda tem condições de melhorar cada vez mais e melhorar em suas próximas edições.